domingo, 29 de abril de 2012

Sem Saber

Essa paixão errada, como é possível? Como aquilo era possível, ele se perguntava enquanto a mãe abanava a fumaça do cigarro que o pai fumava ao ler seu jornal.

Mais um fim de semana vazio com saudades daquela que com um beijo roubou sua atenção com um abraço tomou seu mundo e com seu olhar o mergulhou em um mar tranquilo na sua tormenta. - Não sei explicar bem o que acontece entre ela e eu, somos tão distantes, mas mesmo assim, às vezes me sinto tão próximo a ela a sua essência. Não nos vemos com muita frequência confesso às vezes nem mesmo saudades tenho, mas sim necessidade da sua presença ao meu lado. Sentir seu cheiro, ouvir sua voz, tocar sua pele.

É estranho pensar em um (pseudo) casal assim, até pra quem faz parte do mesmo. Mais estranho ainda é estar com alguém e não saber o que aquela pessoa é sua, amiga? Ficante? Namorada? Rolo? Ou só mais um caso? Essa última não é bem o que eu quero agora. – A mãe se levanta e continua abanando a fumaça. O pai fecha o jornal e pergunta “a que horas começa o jogo?”.

O filho se levanta acena com a cabeça com uma negativa de não saber bem do que se trata e vai para o quarto, ainda sem saber a resposta - porta batendo.

Um comentário:

Maria Paula Vieira disse...

Me identifiquei em alguns pontos...Gostei muito! Parabéns, Bru!